Unidade Santo André

MEU FILHO FOI DIAGNOSTICADO COM PARALISIA CEREBRAL, E AGORA? (PODE TER UMA VIDA NORMAL?)

Para resposta desta pergunta, primeiro é importante entender o que é a Paralisia Cerebral. É uma lesão cerebral que acontece, em geral, quando falta oxigênio no cérebro do bebê durante a gestação, no parto ou até dois anos após o nascimento, neste caso, pode ser provocada por anormalidades da placenta ou do cordão umbilical, infecções, diabetes, hipertensão (eclampsia), desnutrição, uso de drogas e álcool durante a gestação, traumas no momento do parto, hemorragia, hipoglicemia do feto, problemas genéticos, prematuridade, entre outros que podem afetar o desenvolvimento natural do cérebro, ou seja, sua origem é física.

Dependendo do local do cérebro onde ocorre a lesão e do número de células atingidas, a paralisia danifica o funcionamento de diferentes partes do corpo. A principal característica é a espasticidade, um desequilíbrio na contenção muscular que causa tensão e inclui dificuldades de força e equilíbrio. Em outras palavras, a lesão provoca alterações no tônus muscular e o comprometimento da coordenação motora. Em alguns casos, há também problemas na fala, na visão e na audição.

Ter uma lesão cerebral não significa, necessariamente, ser acometido de danos intelectuais, mas em 75% dos casos as crianças com paralisia cerebral acabam sofrendo comprometimentos cognitivos.

Os diferentes graus de comprometimento motor e cognitivo podem levar a um leve acometimento com pequenos déficits neurológicos até a casos graves, com grandes restrições à mobilização e dificuldade de posicionamento e comprometimento cognitivo associado.

As alterações da parte motora incluem: problemas na marcha, como paralisia das pernas, hemiplegia, que é fraqueza em um dos lados do corpo, alterações do tônus muscular: espasticidade caracterizada por rigidez dos músculos e distonia: contração involuntária dos membros.

Em casos graves, há necessidade do uso de cadeira de rodas. Já as alterações cognitivas incluem problemas na fala, no comportamento, na interação social e no raciocínio. Os pacientes também podem apresentar convulsões.

• 1 em cada 4 crianças com PC não consegue falar;
• 1 em cada 4 não pode andar;
• 1 em cada 2 tem deficiência intelectual;
• 1 em cada 4 tem epilepsia.

Tratamento

A reabilitação dos pacientes tem como objetivo contemplar o ganho de novas habilidades e minimizar ou prevenir complicações como, deformidades articulares ou ósseas, convulsões, distúrbios respiratórios e digestivos.

O tratamento para essas pessoas requer a atuação de diversos profissionais de saúde: fisiatra, ortopedista, neurologista, pediatra e oftalmologista, além de outros especialistas da saúde como, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicólogo, educador físico e nutricionista.

A equipe multidisciplinar pode melhorar muito sua qualidade de vida, sendo importante que suas capacidades de convívio social, de produção e de trabalho sejam reconhecidas, permitindo que tenham uma vida o mais próximo do normal.

Apesar de ser complexa e irreversível, crianças com PC podem ter uma vida rica e produtiva, desde que recebam o tratamento clínico e cirúrgico adequados às suas necessidades. Isso também está relacionado ao nível de PC que a criança se enquadra, que é classificado na escala de níveis de 1 a 5, portanto quanto mais grave é a lesão cerebral, maior a dependência e adaptação da família e ambiente com a rotina que necessita continuamente de cuidados especiais.

E mesmo assim, o mais importante é estimular o seu filho a se integrar à rotina da família e do mundo. É preciso contar com profissionais especializados para ensinar a criança a desempenhar as atividades do dia a dia, como se alimentar, se vestir e tomar banho.

Dependendo do potencial cognitivo, ou seja, da capacidade para aprender, a criança pode frequentar a escola regular em classe compatível com sua faixa etária.

Saiba que, deficiência não é um atestado de infelicidade e privações para a família, pois através dela é descoberto novos caminhos e possibilidades. Sempre é importante em situações adversas da vida, procurar e incluir-se em uma rede de apoio para mães, pais e familiares, pois assim você descobre que não está sozinho e que existe felicidade, além da deficiência!