Para falarmos sobre este assunto é necessário dar um passo para traz e podermos prosseguir dois passos a frente!
Atualmente, é sabido que na sociedade moderna, os relacionamentos têm durado cada vez menos. Vida a dois nunca foi fácil, o que ocorre é que hoje temos mais liberdade, acesso a informação, interesses voltados ao estilo de vida e profissional e vivemos em um mundo com menos preconceitos, pelo menos no aspecto de separação.
Mas nosso foco não é falarmos dos problemas que levam casais a se separarem, e sim às bases fundamentais desta união, que são essenciais para quaisquer situações de relacionamento, especialmente quando um filho recebe um diagnóstico atípico, que são em primeiro lugar: o Respeito, seguido de Amor e Altruísmo, além da Fé e Religiosidade de cada indivíduo.
Não é segredo para ninguém que ter um filho com diagnóstico atípico, seja neurológico, físico ou comportamental, é uma notícia indesejada para qualquer casal e que além da preocupação com os desdobramentos deste problema na vida do filho, também é uma grande preocupação perante a vida cotidiana, como rotina, dependência, médicos, trabalho, qualidade de vida, fatores psicológicos, entre tantos outros.
Porém, além das bases fundamentais de uma vida em família, como o respeito, amor, altruísmo e a fé, é necessário o processo de aceitação de algo que está estabelecido, é real, está aqui e agora, mas que pode ser menos tortuoso com a conscientização de não seguir sozinho (mesmo em casal), e sim procurar ajuda especializada, como acompanhamento médico e terapêutico para a família.
Quando existe uma pessoa com diagnóstico atípico, o tratamento é fundamental para o paciente em si, e ainda mais fundamental para os pais, que são quem precisam serem ajudados, para poderem ajudar. A informação é fundamental para todo e qualquer avanço de um tratamento mais eficaz para ambos os lados e simplesmente para a vida seguir, pois todos precisam, viver, trabalhar, ter lazer, disposição e alegrias. A falta de orientação e cultura, contribuem para o índice de stress e depressão, afetando diretamente a qualidade de vida da pessoa, do casal e da família.
O índice de separação para casais com filhos atípicos, não é muito superior aos casais com filhos completamente sãos! Filhos atípicos, não são os únicos motivos que assolam uma relação, existem muitos outros fatores que desestabilizam o casal e em consequência, a família, que é falta de iniciativa ou percepção de que existem situações na vida que precisamos de ajuda profissional.
Casais com filhos atípicos, muito ao contrário, passam por um processo muito maior de crescimento pessoal e espiritual, o que colabora ainda mais para uma relação harmoniosa e bem-sucedida, independente dos desafios impostos pela vida.
Buscar grupos de apoio é uma ideia bastante válida, pois a troca de experiências com outros pais que vivem a mesma situação com seus filhos, costuma ser reconfortante e positiva. A divisão de tarefas entre ambos, que devem se alternar nos cuidados com o filho e na tomada de decisões, é fundamental para que um dos dois não fique sobrecarregado física e emocionalmente.
Os grupos de apoio, também fazem estes pais não se sentirem sozinhos no mundo e ainda receberem exemplos de pessoas inspiradoras, que podem lidar com situações mais desafiadoras do que a sua.
Se uma separação acontecer, deve-se manter em mente que, mesmo separados, os pais devem unir-se pelo filho, mantendo a divisão das tarefas parentais para que através da educação partilhada, o objetivo maior seja alcançado: o bem-estar, a felicidade e o desenvolvimento desta criança. Afinal, existem ex-marido e ex-mulher, mas filho é para SEMPRE!
A Neurocenterkids, trata diariamente inúmeras famílias e seus filhos com diagnósticos atípicos, assim lidamos com a estatística real de famílias, que devido à conscientização de apoio, aprendem a viver naturalmente em um cenário atípico, levando consigo o conceito de: ME AJUDE A AJUDAR! Isso vale para a pessoa como indivíduo, para o casal e reflete de forma positiva e próspera todo o ambiente que o cerca.
